segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Histórico e Bacia da Pampulha


  
A história da Lagoa da Pampulha e de seu conjunto arquitetônico tem duas origens: à do seu nome e a da sua própria existência. O nome “Pampulha” tem origem lusitana, referindo-se ao bairro Pampulha da capital portuguesa, pois aqueles portugueses que vieram para Belo Horizonte, antes mesmo da inauguração da cidade, resolveram matar saudade da terrinha nomeando o latifúndio que possuíam de Pampulha. O nome em si significa “campo de pedra”.

Já a história da Pampulha como existe hoje, o complexo arquitetônico e a Lagoa, remete ao fim dos anos 30, quando foi construída uma barragem de mais de 15 quilômetros de perímetro para servir de reservatório de água de Belo Horizonte, então com cerca de 150 mil habitantes. Em 1943 é inaugurado todo o conjunto arquitetônico da região.

No início da década seguinte, quando a cidade já tinha os 200 mil moradores para os quais fora planejada em 1897, o prefeito Juscelino Kubitschek decidiu fazer loteamentos na região e criar um bairro, ampliando a área urbana. Pode-se dizer que a partir deste momento o futuro da Lagoa fica comprometido. Nos anos 50, os habitantes da cidade começaram a ocupar desordenadamente a sua bacia, formada por 40 córregos e seu reservatório foi seriamente prejudicado. Sedimentos, lixo e muito esgoto deixaram a água imprópria para uso e lazer.

Em 1954, ocorre o rompimento da barragem ocasionando o esvaziamento da lagoa. Tudo se iniciou com o aparecimento de um vazamento que foi aumentando gradativamente. Técnicos da época tentaram abrir as cinco comportas, mas elas se encontravam emperradas. As áreas vizinhas tiveram que ser evacuadas de modo a evitar maiores danos. Com o rompimento boa parte da região foi alagada por 18 milhões de metros cúbicos de água causando prejuízos incalculáveis ainda que o acidente não tenha provocado vítimas. Em 1958, a barragem é reconstruída com o dobro da largura anterior. Mesmo assim, cinco anos após a reinauguração da barragem, outro rompimento quase ocorre devido a um problema na comporta principal.

A Lagoa passou um bom tempo sem receber os cuidados adequados. A avenida que a circunda estava abandonada e a lagoa assoreada e iniciava-se a invasão dos aguapés. No ano de 1980 a COPASA desativa estação de tratamento que era mantida na lagoa por causa do alto nível de contaminação presente na água. No fim deste mesmo ano é feita a primeira dragagem na Lagoa, e os detritos provenientes desta dragagem forma a ilha 1, em frente a Toca da Raposa. Em 1985 o volume de água já se encontra nos 14 milhões de metros cúbicos de água.

Os aguapés e o assoreamento continuam a amaldiçoar a Lagoa. Em 1987, 15 milhões de metros cúbicos de terra são retirados da lagoa, o que dá uma idéia do nível de assoreamento então presente. Nova dragagem é feita e são formadas as ilhas 2 e 3, que juntas à primeira, somam 35 hectares. É realizado um monitoramento constante para se evitar nova proliferação dos aguapés.

Em 1994, a prefeitura de Belo Horizonte lança o plano diretor “Programa Pampulha” visando a melhoria da condição ambiental da Bacia da Pampulha, que contemplava vários tipos de programas contra o assoreamento, contaminação do esgoto, sistema de monitoramento e outros. A partir de então, cada vez mais são elaborados programas e projetos que buscam junto à população a conscientização necessária para que este lindo cartão postal de “BH” e excelente área de lazer possa ser reviver os anos áureos de sua gênese.



A bacia da Pampulha integra a bacia do Ribeirão do Onça, que deságua no Rio das Velhas. Sua área abrange 97km², sendo 44% em Belo Horizonte e 56% em Contagem. Oito afluentes deságuam na lagoa.

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